“Bem-aventurados os misericordiosos pois obterão misericórdia”
Mateus 5.7
Todo o sermão do monte é, por si, subversivo. Da primeira afirmação de Cristo até a última, são observados absurdos paradoxos para o mundo. Como pode alguém que é pobre de espírito e que chora ser mais que feliz? Muito mais, como pode alguém que se vê no papel de exercer misericórdia, ter nisso algum motivo de alegria? Ser misericordioso pressupõe que você foi lesado. Alguém lhe ofendeu, feriu, roubou, caluniou e você fica feliz?
Não obstante, nos diz o Apóstolo Paulo que o evangelho é loucura para os que se perdem, os que não creem (1 Co 1.18), pois para o cidadão do Reino essa declaração deve fazer todo o sentido. Só pode ser alguém verdadeiramente misericordioso se tiver provado o doce sabor da misericórdia. Só pode ter alguém provado da misericórdia se for pobre de espírito e se ver em prantos pelo seu pecado. Essa é a descrição daquele a quem Jesus chama bem-aventurado.
Reconhecer o tamanho da sua miséria diante de Deus e receber o perdão de pecados juntamente com a adoção de filhos, faz o crente, de todos os homens, o mais misericordioso. A questão é, qualquer ofensa, por mais cruel e vil que seja, que possa ser cometida contra o cristão, jamais será maior que a ofensa dele próprio que foi sanada diante de Deus. Como pode alguém cobrar uma dívida de 10 reais depois de ter sido perdoado por 1 milhão de dólares? Compreender quem somos e o que foi feito por nós nos faz perdoar. Ou pelo menos deveria.
Pertencer ao Senhor é o imitar em todas as coisas. Aprendemos a ser mansos com sua mansidão, cheios de compaixão com seu amor e misericordiosos com a sua misericórdia. Em Cristo temos, não a opção, mas a obrigação, o dever de perdoar quem nos ofende. Sempre se lembre de que o Senhor, que nunca pecou, foi massacrado, escarrado e assassinado para perdoar as mesmas pessoas que fizeram isso com ele. Como sempre, o segredo está em Jesus.
Que a nossa misericórdia berre aos ouvidos daqueles que nos maltratam e oprimem. Que a outra face seja uma declaração grandiosa da vitória na cruz. Que o Senhor nos ensine a O imitar porque Ele é manso e humilde de coração e podemos encontrar nele descanso para nossas almas (Mt 11.28-30).
Por Leonardo, missionário do Livres.
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