PRINCÍPIO DO ACOLHIMENTO E DA INTIMIDADE
Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. “
João 6:37
Com base nesse versículo e no devocional do Pastor Paulo Borges queremos compartilhar sobre o princípio do acolhimento e da intimidade.
Às vezes nós não entendemos bem os níveis relacionais que precisam ser trabalhados na nossa vida. Existem níveis de conhecimento como: intuitivo, instintivo e intencional.
O intuitivo tem relação com as necessidades, o instintivo é baseado em conexão e cognição, ou seja, pensamento mais elaborado a nível dos interesses. Já o intencional tem a ver com a intimidade e os valores. Então, no nível das necessidades, nossas relações são instintivas; a nível dos interesses, elas são intuitivas e a nível dos valores elas são intencionais e é isso que Deus quer que nós compreendamos de maneira clara.
Devemos seguir a orientação de Deus que é: sejam acolhedores a todos. Nós temos que acolher a todos, mas esse acolhimento se dá em nível das necessidades. A nível de interesse nós vamos nos relacionar com alguns e a nível de valores será com poucos. Portanto, o processo não é seletivo a partir do acolhimento, ele é seletivo a partir da intimidade, do compromisso e dos valores.
Muitas pessoas estão querendo fazer essa seleção relacional a partir do acolhimento. Quando eu tento fazer essa seleção a partir das pessoas que eu acolho, então não estou agindo com amor. Porque eu já estou selecionando de forma interessada e, muitas vezes, a igreja está fazendo isso, ela faz uma propagação de maneira geral, mas acolhe de maneira seletiva, contudo, temos que acolher também de forma geral, precisamos ser mais inclusivos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados. E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
Mateus 22:9-14
Jesus, com essa parábola, está querendo dizer que, na nossa vida como cristão, temos que ser mais acolhedores e inclusivos. Para isso acontecer, precisamos entender que as nossas necessidades são comuns, os interesses são relativos e os valores são absolutos. Isso tem que pautar a nossa vida, porque vai nos ajudar na orientação dos nossos relacionamentos.
Portanto, se as necessidades são comuns, tudo que Deus me deu de recurso está disponível para atender a necessidade de todos, sejam eles bons ou maus. Nós, como igreja, não podemos ser seletivos, por isso que Deus prometeu para Abraão “… em ti serão benditas todas as famílias da terra. “
A benção não é só para os cristãos, Deus nos abençoou para que sejamos abençoadores de todo mundo. Nós precisamos ser acolhedores de qualquer pessoa, independente do seu credo e da sua prática. Qualquer um que se aproximar de nós, de maneira nenhuma devemos lançar fora.
Nem todos que partilharam dos milagres de Jesus desfrutaram da intimidade de Cristo. Então os milagres, os benefícios, as bênçãos e a comida são para todos. Quando Jesus multiplicou os pães e os peixes, Ele não mandou distribuir só para os crentes, porque a mesa é para TODOS. Aquilo que Jesus está fazendo, o que ele está ofertando é para todos, de forma que nós, como igreja, deveríamos ser mais acolhedores, mais inclusivos para que todos possam se aproximar e receber as bênçãos. Porque nós fomos abençoados pra sermos abençoadores. E isso não quer dizer que teremos intimidade com todos.
As bênçãos são para atender às necessidades; as metodologias são para trabalhar os interesses, e elas são relativas, então a forma de distribuir esse pão, o tipo do pão, o que vai dentro do pão, quanto de pão cada um vai comer, que tipo de pão as pessoas gostam, se elas vão querer comer de tudo o que temos para oferecer é relativo.
Se uma pessoa tiver com necessidades, ela pode recorrer a nós porque estaremos prontos para atende-la. Independente do credo, nós vamos fazer bem a todos. Nem todos vão desfrutar da nossa intimidade, pois esse nível é só para alguns, mas tudo o que temos para oferecer é para todos.
As vezes nos cansamos porque percebemos que, ao oferecer para todo mundo, nem todos nos tratam com o devido respeito e consideração, ou aquilo que você está oferecendo. Então começamos a mexer na metodologia para que ela se torne mais seletiva daqueles que se aproximam.
Nós não podemos começar a transformar nossas metodologias de distribuição em formas de selecionar. As metodologias têm que tornar aquilo que nós temos para oferecer o mais acessível possível. Por mais que você se esforce e se se dedique nas formas de distribuir, nem todos vão querer desfrutar ou comungar daquilo que nós temos para oferecer. E desses alguns que através da metodologia adentraram no seu ambiente, sobraram poucos que terão acesso a sua intimidade, ou seja, os seus valores. E é isso que Deus está falando na parábola do banquete, a mesa é para todos : você põe todo mundo e a partir da forma de fazer começa a seleção.
Então a seleção não é feita para quem quer entrar e sim para descobrir quem é que quer ficar. Não fique tentando saber para quem você vai oferecer as coisas, pois aquilo que você pode oferecer, que não diz respeito a sua intimidade, é para todo mundo.
Temos que ter cuidado para não agir como um fariseu que era prostituto na intimidade e convincente no público. O que percebemos é que, quando estamos começando a ser religiosos, a nossa intimidade é para qualquer um e o o acolhimento é para poucos. Somos acolhedores a poucos e emprestamos a intimidade para qualquer um. Porém, o que nós temos para oferecer é para todos e a nossa intimidade é para poucos. Para desfrutar dos benefícios, para receber as bênçãos são todos e então trabalhamos níveis de compromisso para definir com quem nós vamos compartilhar nossa intimidade.
Temos que usar todo o nosso patrimônio e recursos para acolher o maior número de pessoas possível para ver se, dessa multidão de pessoas acolhidas, alguns poucos possam querer entrar na nossa intimidade para comungar os nossos valores. Pois as bênçãos são para todos, abençoe todo mundo, não coloque condição para abençoar ninguém. As suas virtudes são para alguns, pois não são todos que, desfrutando das suas bênçãos, vão prestar atenção nas suas virtudes e reconhece-las, ou seja, muitas pessoas vão comer daquilo que você entregou e não vão agradecer. Poucos vão reconhecer suas virtudes e compartilhar dos seus valores.
Seu trabalho não será em vão, porque aquilo que você compartilhou com poucos a respeito dos seus princípios e valores nunca se perderá.
O princípio do acolhimento e da intimidade é: acolha a todos, seja reconhecido por alguns para que você possa conhecer e ser conhecido de poucos.
A Missão Livres já abençoou mais de 25 mil pessoas no sertão por meio de diversas atividades. Queremos abençoar e acolher ainda mais pessoas, afinal a benção é para todos. Podemos contar com você? Saiba como contribuir.