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Não se faz missão sozinho: entrevista com Juliano Son

Sabemos que missão é um projeto coletivo. Não se faz missão sozinho. A missão é feita com Deus, com a igreja, com os parceiros que investem e sustentam a missão.. E foi O Amor do Senhor pelas crianças em situação de vulnerabilidade foi o que levou Juliano Son, idealizador do Livres, e sua equipe a começarem o Impacto Sertão Livre e agora a Missão Livres, um projeto que mobiliza missionários, voluntários, igrejas em favor de comunidades sertanejas do polígono das secas, com pouca ou nenhuma presença do evangelho, que também sofrem com a seca, a sede e a fome .

Não é possível realizar um projeto assim sozinho: é preciso contar com a ajuda de amigos, da comunidade eclesiástica local, da administração do município atendido. E quanto mais parcerias firmadas, melhor.

Como começou a história das missões Livres e do projeto Impacto Sertão Livre?

Juliano Son: Duas experiências inquietaram o meu coração antes de tudo. A primeira aconteceu em Moçambique, onde vivi por 3 meses entre missionários que faziam ações evangelísticas de curta duração em aldeias rurais em Pemba, cidade portuária ao norte do país. Ali, a principal ferramenta usada era uma tela branca onde passava-se um filme sobre a narrativa de Jesus e, da caçamba de um pequeno caminhão por onde éramos transportados e que servia de palanque, o Evangelho era anunciado. De aldeia em aldeia, de comunidade em comunidade, o mesmo trabalho era realizado e o que ouvíamos, na época, era que esses missionários haviam gerado mais de seis mil igrejas.

A segunda experiência foi vivida em uma das nossas viagens com a banda [Livres]. No interior do Mato Grosso do Sul conhecemos um pastor que realizava ações por meio de um festival que rodava as cidades do interior do estado. De cidade em cidade, por meio do festival, as boas novas eram anunciadas e ficamos sabendo de inúmeros testemunhos que acabaram gerando alegria e grande inquietação.

Muitos sabem que o que nos trouxe ao estado do Piauí, em janeiro de 2013, foi o amor do Senhor pelas crianças locais em situação de vulnerabilidade. Mas, logo que chegamos, ao andarmos pelos interiores (sertão) para conhecer a realidade na qual muitas dessas crianças estão, nos deparamos com a escassez da presença da Igreja neste confim da nossa terra brasileira.

Enfim, as inquietações encontraram um lugar para se aquietarem e, junto com amigos, começamos a sonhar com um sertão alcançado. Assim, nasceu o Impacto Sertão Livre.

Quais eram os maiores desafios no início do trabalho?

Creio que os mesmos que levaram o próprio Senhor a rogar ao Pai para que os trabalhadores fossem enviados. Os trabalhadores são poucos apesar dos campos estarem brancos e prontos para a colheita. Mobilizar cooperadores para as regiões onde temos atuado é um grande desafio que requer algumas ações; uma delas é trazer despertamento quanto à relevância do IDE como expressão do ser da Igreja, assunto que a cada dia parece estar caindo no esquecimento.

Fazer alguém que está convencido de que o seu bem-estar é o objetivo do Evangelho se arrepender e se voltar para o próximo é um desafio do tamanho de Deus. Só o Senhor é capaz de tal façanha, mas compreendemos que o nosso papel é proclamar que formosos são os pés dos que anunciam as boas novas de Jesus e mobilizar o máximo de amigos possíveis para a causa.

Como é feita a escolha das cidades atendidas pelo projeto?

Uma vez que, de forma generalizada, entendemos que a região sertaneja tem uma grande carência do Evangelho, a escolha de uma cidade é especialmente feita através dos relacionamentos. Ela é feita por meio de pastores e missionários locais que trazem as necessidades do campo e que irão, posteriormente, dar continuidade ao trabalho. A garantia de que existirão aqueles que darão continuidade ao trabalho é um fator determinante.

Estabelecida a parceria eclesiástica, outra parceria importante é a dos municípios. Sem a parceria deles, seria muito mais difícil realizar as ações. Os municípios nos cedem as dependências escolares da cidade para nos alojarmos e desenvolvermos atividades. Cedem também as praças centrais onde realizamos celebrações diárias. Cedem os postos de saúde para a realização dos atendimentos da equipe voluntária da saúde. Cedem espaços públicos para realizarmos ações com as crianças. Cedem os ônibus escolares para o deslocamento dos impactantes. Cooperam na logística e inteligência necessária para atendermos quem precisa ser atendido e alcançado. Enfim, a escolha é uma ação comunitária.

O que se espera para o futuro das missões do Livres?

Esperamos que muitos voluntários se engajem conosco para impactarmos o sertão! É o nosso maior desafio desde que começamos: reunirmos as pessoas aqui, que saem de todo lugar do Brasil e até do exterior se dispondo a servir ao próximo. Sabemos que há uma doação, uma dedicação e disposição para se chegar até aqui de cada um que participa. É um investimento de recursos, talento, tempo… Vamos precisar de muita gente reunida para espalhar o amor de Deus às famílias sertanejas!

Por isso queremos convidar e reforçar a importância da igreja estar junta nessa missão! Pessoas com habilidades com crianças, com conhecimento pedagógico, cultural, de lazer, teatro, ministros de louvor, evangelistas, profissionais da saúde, pessoas com empatia por gente, com conhecimentos que possam ser transmitidos às famílias, mulheres, adolescentes… todos somos importantes para o cumprimento dessa missão!

Afinal, não se faz missão sozinho!” 

Juliano son

Quer ser um parceiro da missão Livres? Você é fundamental no avanço do evangelho! Somos as suas mãos, os seus pés, os seus abraços aqui, para essas pessoas. Veja como.