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A Razão do Chamado – Devocional com Juliano Son

Estamos em uma série de devocionais do Pastor Juliano Son baseados na resposta de Isaías no capítulo 6. Hoje vamos falar sobre a “Razão do Chamado”.

Se você ainda não leu os devocionais anteriores, clique aqui.

2. A Razão do Chamado

“Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios” Isaías 6:5

Ai de mim, eu estou perdido assim como este mundo ao meu redor está. Ai de mim, porque existe algo de muito vivo e real acerca de Deus.

Ai de mim, porque se existe algo que a cruz revela para a humanidade é que Deus é terrível em sua justiça!

Ai de mim, porque existe algo de muito real. A sua ira, a sua justiça são muito reais.

Ai de mim, porque Deus não é como a figura de um idoso, de cabelos grisalhos, sentado no trono, achando bonitinho tudo o que vê.

Toda missão nasce de uma necessidade

A missão de Deus nasceu da nossa necessidade, da nossa necessidade de salvação. Precisávamos ser salvos. Mas salvos do quê? Do que é que nós precisávamos ser salvos? Romanos, capítulo 5, versículo 9: precisávamos ser salvos, o mundo precisa ser salvo da ira de Deus.

Essa é a razão do nosso chamado.

Existe algo reservado, separado para este mundo, para essa humanidade caída e rebelde. A manifestação completa e final da sua justiça.

Existe um texto que eu descobri, não faz muito tempo, mas esse texto tem mais de 40 anos, ele foi escrito em 1973 pelo professor dos professores J. I. Packer, doutor J. I. Packer.

E o texto leva o título de “A ira de Deus”. Eu quero destacar só um trecho desse texto e ele começa assim, isso há mais de 40 anos:

“O hábito moderno na maioria das igrejas é falar pouco sobre esse assunto. Aqueles que ainda creem na ira de Deus falam pouco sobre ela, talvez pensem pouco também sobre isso. Numa época que se tem vendido vergonhosamente aos deuses da ganância, do orgulho, do sexo e do egoísmo, a igreja apenas murmura alguma coisa sobre a bondade de Deus, mas não diz virtualmente nada sobre o julgamento.

Quantas vezes você ouviu falar a respeito disso no último ano? Ou se você é um ministro, quando pregou algum sermão sobre a ira de Deus? Quanto tempo faz que um cristão falou diretamente sobre este assunto no rádio ou na televisão ou em pequenos sermões que aparecem em alguns jornais e revistas? E se alguém o fizesse, quanto tempo levaria para que fosse pedido a ele que voltasse ao assunto?

O fato é que o assunto da ira divina tornou-se praticamente um tabu na sociedade moderna e os cristãos em geral têm aceito o tabu e se condicionado a nunca levantar o assunto.

A Bíblia tem um comportamento bem diferente. Não se pode imaginar que o julgamento divino tenha jamais sido um assunto popular, entretanto, os escritores bíblicos se referem a ele constantemente. Uma das coisas mais impressionantes sobre a Bíblia é o vigor com que usa a expressão.

 Existem mais referências sobre a cólera, a fúria e a ira de Deus do que sobre o seu amor e a sua bondade.”

Isso me levou a algumas reflexões, me levou a alguns questionamentos, e um deles foi: Será que há revelação de Deus em minhas pregações? Será que há revelação de Deus nas pregações que o mundo tem ouvido? Será que essas pregações têm feito as pessoas gritarem: “Ai de mim, ai de mim, estou perdido, sou pecador, o que farei!?”?

É isso que as nossas pregações têm gerado nos corações dos perdidos?

Analise o contexto da ira de Deus

Sim, o evangelho é uma boa notícia. Mas até uma boa notícia precisa de um contexto, precisa de um ambiente. O ambiente é aquilo que vai trazer a percepção se a notícia é boa ou não. Como assim?

Por exemplo: se eu anunciasse hoje aqui água para beber, talvez um ou outro viraria o pescoço só por conta do anúncio, por conta do volume, mas… “Ah, não, já bebi, tô bem!”. E não soaria como grande coisa. Mas lá no sertão do Piauí, lá no sertão nordestino, ali onde passamos por regiões onde não se chove durante cinco, sete anos, onde nós ouvimos de mães dizendo: “Olha, o nosso maior medo é não ter acesso à água”.

E quando eles têm, é uma água que eu não teria coragem de dar pro meu cachorro beber, muito menos lavar o meu carro, de tão imunda e fétida. Mas uma mãe uma vez chegou a confessar que quando nem essa água tinha e a seca vinha, ela tinha que dar óleo para os seus filhos beberem.

Ah! Se nesse ambiente alguém se levantasse para declarar: “Água para beber”, essa notícia ia ser percebida de outra maneira.

Por isso que sem essa visão clara de quem Ele é, sem entendermos de quem, do que precisávamos, ou do que precisamos para ser salvos, sem entendermos a sua santidade, a sua majestade, a sua justiça, toda a consequência do nosso pecado, dificilmente nós vamos ver pessoas entusiasmadas pelas boas notícias.

A graça, o amor e a bondade de Deus precisam estar dentro de um contexto maior, do contexto de todo o ser de Deus, senão o mundo pode não dar o devido valor ao que foi feito naquela, naquela cruz, naquele dia.

Precisamos entender a razão do chamado!

Por  Juliano Son , presidente do Livres.

O  Livres  atua em missões contínuas e de curto prazo no sertão do Piauí para que vidas sejam alcançadas, transformadas pelo conhecimento do profundo amor de Deus. Faça parte do avanço do evangelho no sertão,  clique aqui.