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Missionário, você não está sozinho!


Falar sobre o cuidado emocional do missionário é um tema muito importante, especialmente em setembro, que é considerado o mês da prevenção ao suicídio.

Os missionários que trabalham no Brasil e também enfrentam a solidão, sempre devem estar prontos para aconselhar, ajudar e apoiar os outros, mas poucos se lembram de que eles também são seres humanos com limitações, fraquezas e necessidades.

Se for pensar no campo transcultural, o problema se agrava. Ainda há uma “aura” sobre a tarefa missionária de que a atividade seria para pessoas mais piedosas, com mais santidade. É claro que elas têm necessidade de descanso, de apoio e de oportunidades para desabafar. Outros acham que ser missionário é ser eleito para viver na miséria.

Num contexto transcultural, a pessoa inicialmente se sente desorientada e solitária em tempos de adaptação. Ela vai se entrosando pouco a pouco e começa a se sentir útil (ou não, dependendo das expectativas). Quando volta à sua terra, sente-se novamente estrangeira e desorientada. E a igreja espera histórias de sucesso que demonstrem ter valido a pena investir em seu missionário.

O preparo do candidato

A igreja tem um papel preponderante, fazendo com que a temática das missões permeie muitas de suas atividades. A escola dominical, as visitas de missionários, o apoio a famílias missionárias e a formação de grupos de intercessão estão entre essas ações. A igreja também pode executar projetos missionários de curta duração. Isso pode despertar vocações e abrir os olhos e o coração de muitos para a obra missionária. A igreja deve envolver o candidato no ministério local, recomendar leituras, encaminhá-lo para um bom treinamento e manter um relacionamento pessoal e um cuidado ativos.

Apoio a missionários no campo

Especialmente nos primeiros anos, o missionário precisa de cuidado pastoral. Visitas servem para ouvir os missionários, seu progresso, dificuldades nos relacionamentos e na adaptação ao campo. O conselheiro os ajuda a encarar a situação de maneira diferente, encorajando-os a superar problemas de relacionamento. A dificuldade é a tendência de que os missionários têm de esconder seus problemas porque se sentem obrigados a ser um sucesso.

Amigos sábios podem desenvolver uma correspondência transparente e oferecer oportunidades para os missionários se abrirem, sabendo que serão levados a sério.

A igreja deve mandar boletins, CDs de programas especiais e mensagens para cultivar uma permanente ligação. Classes de crianças e adolescentes também podem adotar filhos de missionários.

Nas férias

O missionário volta com o coração cheio de dores, necessidades e alegrias do seu trabalho. Ele precisa de oportunidades para ter conversas pessoais com um pastor e falar sobre a própria vida, seu trabalho e suas lutas. O missionário também precisa de chances oportunas para compartilhar as experiências do seu trabalho com a igreja. É importante encontrar líderes com o coração aberto para missões e para o missionário. Os líderes podem despertar o compromisso da igreja, aproveitando as visitas dos missionários, mas sem esgotá-los com excesso de tarefas. A igreja deve ajudar com aconselhamento, oferecer o descanso necessário, ajudá-los em cuidados médicos e na programação de compromissos. Assim eles não ficam sobrecarregados e evitam voltar mais esgotados para o campo. Pensem onde vão se hospedar e ofereçam ajuda na hora de fazer compras, resolver questões bancárias, etc. porque podem estar desatualizados. Que as férias sejam um refrigério, tempo de renovo.

Na volta do campo

A volta é uma experiência transcultural traumática. Nessas ocasiões, os missionários necessitam de cuidados e de ajuda prática para sua reentrada na vida ativa, na igreja e na sociedade: Onde vão viver? Onde os filhos vão estudar? Quais são as possibilidades de emprego, sustento e ministério? De que cuidados médicos precisam? Ainda acontece que igrejas não entendem a fragilidade emocional dos missionários. Eles são cobrados em vez de serem ouvidos, tornando o processo de superação doloroso e prolongado. Os filhos de missionários (FMs) também precisam de apoio e compreensão.

A vida missionária é cheia de desafios. Na prática de cada dia, as lutas e a insegurança pesam. As pessoas sem preparo nem treinamento adequado e que não recebem um apoio pastoral apropriado acabam desistindo. Há pessoas que foram ao campo missionário cheias de entusiasmo, mas agora nem frequentam a igreja. A agência, os amigos e a igreja têm uma responsabilidade muito grande: o privilégio de serem parceiros nesse ministério. E essa parceria não se resume ao sustento, à intercessão nem à comunicação regular. Implica cuidado integral. Um bom acompanhamento pode significar a diferença entre o desenvolvimento de um missionário maduro e a volta de uma pessoa derrotada.

Os missionários necessitam ser escutados e amados pela igreja. Apoie um missionário!

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Texto adaptado do site Povos e Línguas.