Devocional com Juliano Son – Evidência de uma pessoa cheia do Espírito Santo
Eu queria finalizar essa série sobre “Como ser cheio do Espírito Santo” fazendo uma rápida provocação que eu sei que vai gerar mais reflexão e busca, contudo, creio que isso seja positivo, já que somos chamados para amar o Senhor de todo entendimento.
Gostaria de reforçar a evidência de uma pessoa cheia do Espírito Santo, porque eu tenho amigos que associam o estar cheio do Espírito com a manifestação de um dom, o de falar em línguas.
Eu mesmo tive a alegria enorme de desfrutar dessa linda experiência e até hoje continuo sendo edificado pelo desdobramento da experiência com o Espírito e o falar em línguas. Até me lembro de um relato de um pastor amigo que durante anos buscou a experiência e, quando aconteceu, ele ficou uma semana sem falar o português.
Embora eu concorde que devamos buscar com tudo que somos as disponíveis riquezas do céu, eu não creio que seja saudável para os membros do corpo de Cristo impor certas riquezas e passar a rotular membros do corpo como sendo menos ricos por não terem passado por essa ou aquela experiência.
Primeiro, a presença do Espírito Santo é uma realidade na vida de todo aquele que crê. Somos selados pelo Espírito na conversão. Ele passa a fazer parte de nós e nós parte dele quando nos entregamos a Cristo.
Se você crê em Jesus, se você confia em sua palavra quando é dito que Deus se fez carne, que em nosso meio habitou e foi morto em uma cruz pelos nossos pecados, mas ressuscitou ao terceiro dia e que um dia vai voltar para habitar conosco em toda eternidade, então você é uma pessoa que tem o Espírito Santo fazendo morada em você. Porque só é possível crer em tudo isso mediante a sua influência. Foi o Espírito Santo quem foi enviado após a ascensão do Filho para ser nosso consolador, nosso companheiro e nossa grande influência. É o Espírito quem nos convence que Deus é o nosso ABBA, é por meio dele que nós provamos da paternidade de Deus.
Embora eu tenha amigos cheios do Espírito, que falam em línguas, eu também tenho outros amigos que não falam e são cheios do Espírito também.
São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos o dom de realizar milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam? Entretanto, busquem com dedicação os melhores dons. “
1 Coríntios 12:29-31
De de acordo com o texto, assim como nem todos são apóstolos, profetas, mestres, realizadores de milagres e cura, nem todos falam em línguas. Os dons são diversos e são distribuídos conforme o Espírito deseja.
Um amigo meu de longa data, Bernardo CHO, em seu mais recente livro “O Enredo da Salvação”, me fez perceber que quando o Espírito Santo encheu a todos lá em Atos Capitulo 2 e os discípulos começaram a falar em outras línguas, o texto diz que estavam ali presentes “Pardos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, Ponto e da província da Ásia, Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua! ”
Nós sabemos que existe uma razão por trás do fenômeno. No passado, quando o homem na sua iniquidade se uniu para fazer o seu próprio nome grande lá na cidade Babel em Gênesis 11, aconteceu uma intervenção divina e essa unidade foi quebrada. As pessoas foram desunidas por meio de diversas línguas. Contudo, quando a promessa de Joel capítulo 2 se cumpre no dia de pentecoste, com o propósito de fazer o nome do Senhor grande, as línguas não seriam mais um fator que traria desunião.
Algo bastante relevante que o Dr. Bernardo aponta no seu livro é que, em meio a todos esses povos de línguas diferentes presentes ali em Jerusalém, quando o Espírito enche a todos os discípulos, ali também estavam presentes habitantes da Judéia.
Por que seria tão importante dizer que ali estavam habitantes da Judéia? Porque no primeiro século a língua ou idioma falado na Judéia era o aramaico, a mesma língua que o Senhor e o seus discípulos falavam, então isso significa que alguns dos discípulos não falaram em novas línguas, mas na própria língua materna. Todos foram cheios, mas nem todos falaram em um novo idioma, porque naquele momento o propósito das línguas não era evidenciar o enchimento do Espírito, o propósito do idioma era possibilitar que todos os povos ouvissem e compreendessem os maravilhosos feitos de Deus por meio de Cristo Jesus.
Que o Senhor abençoe a todos e que sigamos sendo cheios do Espírito.
Por Juliano Son, presidente do Livres.
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