Continuando a nossa série de devocionais sobre a resposta de Isaías no capítulo 6, vamos falar sobre a responsabilidade no chamado.
Então ouvi a voz do Senhor, conclamando, bradando em alta voz: ‘Quem enviarei? Quem irá por nós?’’
Isaías 6:8
E por conta do caráter da missão, por conta das características do chamado, nesse brado do Senhor “A quem enviarei? Quem irá por nós?”, é possível perceber algo implícito, é possível perceber algo ali incluso nessa conclamação. É possível perceber nesse brado do Senhor o preço que haveria de ser pago para se cumprir a missão.
Abraão, nosso pai na fé, abandonou o conforto; Moisés deixou a vida pacata; os profetas viviam a angústia de ver e sentir aquilo que Deus via e sentia.
Jesus, o filho de Deus, foi humilhado, crucificado e morto. Os apóstolos e os heróis da fé do passado foram perseguidos, presos, esquartejados, queimados, lançados aos leões, torturados. E ainda nos nossos dias, em muitos lugares do mundo, essa realidade não é muito diferente.
Existe um alto preço pelo cumprimento da missão. Quem irá? Quem diz sim a um chamado como esse? Quem ousaria pagar um preço assim?
Dos tempos de Adão até os dias hoje, o Senhor tem escrito a sua história de redenção, de esperança através daqueles que têm dito sim! Uma nova história, um novo capítulo só vai poder ser escrito se alguém se manifestar e dizer: “Eis-me aqui!”.
Eu tenho uma forte impressão de que o Senhor está à procura de gente que está fazendo perguntas diferentes e de pessoas diferentes.
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Se o Senhor não está cansado, eu estou cansado de ouvir nas entrelinhas muitos perguntando: “O que é que eu vou ganhar com isso? Quais são os benefícios? Que vantagem tem para mim isso daí?” Porque eu preciso seguir alimentando a fome do meu egoísmo, do meu individualismo.
Eu tenho uma forte impressão de que Deus está à procura de gente diferente, de pessoas que entenderam que Ele nos abençoa com o propósito de abençoar.
Deus disse a Abraão: “Te abençoarei e você será uma benção para as nações.”.
A benção de Deus tinha um propósito além de Abraão; alcançava Abraão, mas Abraão não era o fim da benção.
Ele nos abençoa para que possamos abençoar, Ele nos abençoa para que sejamos uma benção.
E queridos, não é possível ser uma benção sem estar disposto a perder algo. Não é possível ser uma benção sem a disposição de sair no prejuízo, de sair de mãos vazias. Não nos é possível ser uma benção sem lágrimas, sem angústias, sem dores. Não é possível ser uma benção sem estar disposto a amar. Não é possível ser uma benção sem estar disposto a carregar a nossa cruz!
Responsabilidade na Missão
E algo que fala um pouco mais sobre a nossa responsabilidade na missão está em 2 Reis 13.
Sobre o contexto do texto. O que que estava acontecendo naqueles dias?
A nação de Israel era oprimida pela poderosa Síria; e o profeta Eliseu estava enfermo e a sua hora de partir estava chegando. Por meio do profeta Eliseu, o Senhor havia concedido inúmeras vitórias a Israel contra os seus inimigos.
“E Eliseu estava doente da enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel, e seus cavaleiros!
E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas. Então disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as do rei. E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do Senhor é a flecha do livramento contra os sírios; porque ferirás os sírios; em Afeque, até os consumir.
Disse mais: Toma as flechas. E tomou-as. Então disse ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a três vezes, e cessou.” 2 Reis 13: 14-18.
A Bíblia não diz o porquê que ele parou. Por desânimo? Por orgulho? Por falta de fé? Por falta de submissão? Enfim, a Bíblia não diz o porquê, mas na sequência nós vamos ler que o profeta que estava ali esperava que ele continuasse, afinal, ele tinha mais flechas na sua aljava, né!?
“Então o homem de Deus se indignou muito contra ele, e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então feririas os sírios até os consumir; porém agora só três vezes ferirás os sírios.
Depois morreu Eliseu, e o sepultaram” 2 Reis 13:19-20
Nós somos seres responsáveis por nossas ações, sim ou não!? Sim, nós somos responsáveis por nossas atitudes e ações. As nossas ações vão repercutir na história e na eternidade.
Mas a falta de ação, a falta de atitude, não vai gerar repercussão alguma. O rei Jeoás havia ido ao profeta na busca de uma resposta de Deus, ele foi lá buscar o profeta. Deus então por meio do profeta dá todos os recursos que caberia ao rei usar para conseguir aquilo que ele buscava, mas, ao invés de usar todos os recursos que Deus havia dado, ele usa parcialmente, corresponde parcialmente com uma atitude parcial e isso resultou no não cumprimento integral. A missão, o desejo de Deus foi cumprido parcialmente. Essa falta de atitude trouxe um resultado parcial.
“Pelo menos foram 3 vitórias”. “Ah, nada mau, alguma coisa pelo menos aconteceu.” Se nós analisarmos a sequência da narrativa bíblica, o que vem depois na história é que a Síria depois dessas derrotas, que não são vitórias completas, se ergue novamente. E tempos depois o que acontece? Israel é levado cativo. Acontece o cativeiro Sírio.
A falta de ação trouxe um resultado diferente daquele desejado por Deus. O que é que isso tem a ver com a gente?
Eu não sei quantos aqui já receberam uma palavra do Senhor, talvez através de um profeta, através do púlpito, ou através da leitura bíblica. O Espírito Santo disse algo em seu coração. Você recebeu uma palavra. O que que você fez com ela? Parou? Por quais razões?
Nós somos os responsáveis junto com a parceria do Espírito Santo, com essa parceria que o Senhor nos oferece, mas nós somos os responsáveis pelos avanços do Reino de Deus aqui, até os confins da terra.
Mais uma vez, dos tempos de Adão até os dias de hoje, o Senhor escreve a Sua história de redenção, de esperança, de novos nascimentos, a partir daqueles que ousam dizer: “Eis-me aqui. Usa-me, eu digo sim, custe o que custar!”
“A quem enviarei? Quem irá por nós?” Mas antes de fazer essa pergunta, Ele dá uma motivação ao profeta.
Confira qual é a motivação no último destaque do chamado no próximo devocional.
Por Juliano Son , presidente do Livres.
O Livres atua em missões contínuas e de curto prazo no sertão nordestino para que vidas sejam alcançadas, transformadas pelo conhecimento do profundo amor de Deus. Faça parte do avanço do evangelho no sertão, clique aqui.